Caro RR.
Acabo de ler um breve artigo de sua autoria, cujo título é “Deus ama os que o amam” e que está supostamente baseado em Provérbios 8.17. Quero dizer que discordo totalmente com o enunciado, e que tenho inúmeras razões para entender que esse seu texto propaga uma grande heresia.
Acabo de ler um breve artigo de sua autoria, cujo título é “Deus ama os que o amam” e que está supostamente baseado em Provérbios 8.17. Quero dizer que discordo totalmente com o enunciado, e que tenho inúmeras razões para entender que esse seu texto propaga uma grande heresia.
Vejamos:
Em primeiro lugar, ao afirmar que “a quem O ama Ele promete amar”, o sr. está se esquecendo que Deus não ama apenas alguns; Deus ama o mundo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (1), ou seja, Ele amou – e ainda ama – a todas as pessoas: justas e injustas, boas e más, e é claro, aqueles que o amam e também aqueles que decidiram deliberadamente viver em desacordo com os seus preceitos, e que alimentam um profundo ódio e desprezo por Deus em seus corações. Aliás é por causa disso mesmo que a nossa salvação é possível.
A graça de Deus consiste em que Ele ama a todos incondicionalmente e independente de credo, raça ou cor da pele, e a despeito do nosso sentimento por Ele.
O Sr. também diz que “Quando o Deus cumpre Suas promessas, Ele prova que nos ama”, e para ser sincero eu não esperava nada menos do Senhor. Já assisti alguns dos seus programas, onde os crentes são ensinados “a tomar posse das bençãos”, a “exigir o que lhes pertence” e a “não aceitar qualquer fracasso ou enfermidade”.
Acontece, caro Romildo Ribeiro, que o reino de Cristo não é desse mundo! Aliás, foi o próprio Jesus quem disse que “no mundo teríamos aflições” (2). O Senhor sabia que o sofrimento também é uma promessa de Deus para os crentes? Será que o senhor está disposto a aceitar e reivindicar essa promessa também?
Infelizmente, nos círculos da teologia da prosperidade, a alardeada “vitória financeira”, bem como uma “saúde de ferro” são tidas como promessas que devem ser exigidas pelo crente, enquanto as aflições são tomadas como sinal de desaprovação. Contudo, ao contrário do que o Sr. ajudou a popularizar no nosso querido Brasil, a prosperidade financeira não é um aferidor do amor de Deus.
Esse evangelho pregado pelo Sr., por Benny Hinn, T.L. Osborn e Kenneth Hagin, é totalmente contrário aos ensinos de Jesus e dos apóstolos da nova aliança. Esse evangelho que o Senhor prega é medíocre, pois ensina o crente a ser avarento, cobiçoso de bens materiais, além de incitá-lo a apegar-se às coisas terrenais, enquanto a Bíblia diz que não devemos “juntar tesouros na terra” (3), e sim apegar-nos às coisas que são lá “de cima” (4).
Ele disse também que “se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (5). O Sr. e todos os adeptos da teologia da prosperidade estão formando crentes miseráveis, e por essa razão insisto em que o Sr. se converta desse manominismo pseudo-cristão e aceite o verdadeiro evangelho de Cristo Jesus.
Permita-me dizer também que não é dando carros, casa própria, restaurando empresas falídas – as supostas bençãos (ou promessas) que o Senhor sempre menciona – que Deus prova o seu amor por nós. A bíblia diz que “Deus provou o seu amor para conosco ao enviar Cristo para morrer por nós, quando nós ainda éramos pecadores” (6).
Observe que ele nos amou antes, quando ainda estavamos em pecado, quando não o amávamos, quando o denegríamos e quebrantávamos todas as suas leis. Ele nos amou quando vivíamos em delitos e pecados, quando éramos adúlteros, fornícarios e idólatras. Ele nos amava antes de criar-nos. Deus me amou antes da fundação do mundo. “Ele me amou desde a eternidade!” (7).
Por último, quanto ao texto usado pelo Senhor, sinto informá-lo que ele foi violentamente arrancado do seu contexto. Uma leitura um pouco mais acurada vai revelar que nessa passagem alegórica é a sabedoria quem está afirmando amar os que o amam, e dizendo que será achada por aqueles que a buscarem cedo (simbolicamente, de madrugada). Além de ser um principio bíblico, essa afirmação também é uma constatação pedagógica, pois é na tenra idade que se assimila melhor o conhecimento, enquanto na velhice é muito mais difícil aprender coisas novas.
Sr. Romildo Ribeiro Soares, eu ainda creio que existe algo de temor em seu coração. Pense em quantas pessoas estão sendo enganadas, mantidas cativas por esse evangelho de “determinações”, onde Deus é substituído por uma espécie de Papai Noel gospel, e arrependa-se.
Deus pode usar-te, se o Senhor se render a ele e a sua PALAVRA.
Em Cristo Jesus;